Muitas vezes profissionais experientes acabam se enroscando diante de alguns problemas complexos que aparecem em seus processos, sejam eles de manufatura ou serviços, por deixarem de lado um conceito básico.
Esses profissionais esquecem de avaliar o relacionamento causa-efeito.
E são frequentes as perguntas: Como resolverei esse problema? Como poderei melhorar esse processo?
Bem, na minha opinião, não importa o tamanho do problema e nem a complexidade do mesmo, mas o primeiro passo para melhorar um processo, após o problema ter sido definido, é a compreensão do relacionamento causa-efeito. Essa compreensão é que cria as oportunidades de melhoria.
Sempre que alguma coisa acontece (efeito) existe um conjunto de causas (meios) que podem ter atuado no processo.
A partir da identificação das principais causas de um problema, essas causas precisam ser analisadas para identificar o que as ocasionaram. Uma das ferramentas utilizadas na identificação das causas é o diagrama de causa e efeito ou diagrama de Ishikawa.
De acordo com Campos (2014), um processo pode ser definido como um conjunto de causas (que provoca um ou mais efeitos) e é controlado através de seus efeitos, pois os itens de controle de um processo são índices numéricos estabelecidos sobre os efeitos de cada processo para medir qualidade, custo, entrega, moral e segurança.
O diagrama de causa e efeito organiza as ideias em categorias para pesquisar as raízes de um problema e se tornou excessivamente usado em programas de melhoria (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009).
Esse diagrama é construído com uma linha horizontal primária que lista o efeito ou o sintoma à direita. As categorias principais de causas possíveis são organizadas como ramos, acima e abaixo dessa linha, à esquerda.
Os ramos característicos são mão de obra, material, máquina, medida, método e meio-ambiente. No entanto, políticas, procedimentos, planta, tempo e outras categorias podem ser utilizadas. Causas possíveis específicas tornam-se sub-ramos detalhados, como na figura 1 (BLOCH; GEITNER, 2014).
Figura 1 – Exemplo de diagrama de Ishikawa. Fonte: O autor (2019)
O Diagrama de Causa e Efeito também conhecido como Diagrama de Ishikawa ou de Espinha de Peixe permite ao time identificar, explorar e exibir graficamente possíveis causas potenciais relacionadas a um problema para descobrir sua causa raiz.
Frequentemente é usado no início de um projeto de melhoria para ajudar a identificar quais as potenciais causas raízes a serem medidas.
O desenvolvimento de um diagrama de causa e efeito com a sua equipe pode ajudá-lo a comparar a importância relativa das diferentes causas.
Um diagrama de Ishikawa:
1.Selecione o formato mais apropriado do Diagrama de Causa e Efeito. Há dois formatos principais:
2.Gere as causas necessárias para construir um Diagrama de Causa e Efeito usando um:
3.Construa o Diagrama de Causa e Efeito.
Tradicionalmente os diagramas de Causa e Efeito têm sido criados em uma sala de reunião. O Diagrama completo é frequentemente revisto por outros e confirmado com coleta de dados.
Uma alternativa eficaz é exibir proeminentemente um grande, altamente visível, diagrama de Espinha de Peixe em branco na área de trabalho. Todos têm a oportunidade de colocar as potenciais causas em cada uma das categorias do diagrama. As causas e soluções são revistas, testadas e colocadas no gráfico.
Esta técnica torna possível a contribuição do conhecimento e da criatividade de qualquer pessoa da operação.
BLOCH, H. P.; GEITNER. F. K. Análise e Solução de Falhas em Sistemas Mecânicos. 4ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
CAMPOS, V.F. TQC: Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). 9ed. Belo Horizonte: Editora Falconi, 2014.
MONTGOMERY, D. C. Introduction to Statistical Quality Control. 7th ed. New York, USA: John Wiley & Sons, 2013.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 3ed. São Paulo: Atlas, 2009.