Lean e Six Sigma são “métodos” que ajudam a melhorar os processos de negócio e desempenho. Apesar de muitas semelhanças, eles têm ferramentas diferentes que se concentram em diferentes áreas do fluxo EPS. Modelo de fluxo EPS – Entrada → Processo → Saída.
Abaixo um exemplo de fluxo EPS e como o Lean e o Six Sigma são aplicados.
Figura 1- Modelo de fluxo EPS
A figura 2 apresenta alguns fatos, tais como foco, ênfase, objetivo e história para cada um dos “métodos”.
Figura 2 – Fatos sobre o Lean e sobre o Six Sigma
De acordo com Filho (2010) a evolução da qualidade proporciona produtos melhores, mais confiáveis, e por sua vez a melhoria da qualidade garante menores custos.
Os projetos de melhoria se concentram principalmente na melhoria da eficiência e/ou eficácia. Assim, a conceituação de eficiência e eficácia ajuda no entendimento sistêmico da produtividade.
Conforme Filho (2016), a eficiência é a medida da razão dos insumos empregados no processo. Por exemplo, se temos como padrão 2 min para realizar um elemento de trabalho, e ele é realizado em 1,5 min, a eficiência foi de 125%.
Outra forma de visualizar o conceito de eficiência é pensar em alcançar o mesmo nível de eficácia (qualidade/precisão) em menos tempo ou com menos esforço (HANSEN, 2013).
Figura 3 – Eficiência é a redução do tempo e/ou esforço
Já a eficácia relaciona-se diretamente aos objetivos finais da empresa, ou seja, o resultado obtido pelo sistema como um todo. Por exemplo, a empresa é eficaz quando atinge sua meta de vendas com boa lucratividade (FILHO, 2016).
Também podemos entender a eficácia como sendo alcançar o mesmo nível de eficiência (tempo/esforço) com menos erros ou com maior qualidade/precisão (HANSEN, 2013).
Figura 4 – Eficácia significa ter o mesmo nível de eficiência com menos erros ou maior qualidade
Apesar dessa diferença, elas não são mutualmente exclusivas. Embora um projeto possa visar eficiência ou eficácia, eles geralmente acabam melhorando ambos.
Para o nível estratégico, temos o foco na conquista da eficácia, que é uma medida do alcance dos resultados, ficando o critério da eficiência mais ligado ao nível operacional com a utilização dos recursos disponíveis no processo (LOBATO, 1997).
Qual é mais importante? Eficiência ou eficácia? Nenhum dos dois! Depende do seu objetivo.
Por exemplo, suponha que você tenha uma moto e um carro. Dizer qual é o melhor veículo depende do seu propósito para cada um.
Figura 5 – Qual é mais importante? Eficiência ou eficácia
Por exemplo, que importa o quão eficiente a moto é, se é incapaz de alcançar o propósito B? A maioria das ferramentas Six Sigma são desenvolvidas para melhorar a eficácia.
Ao objetivar a eficiência, a saída sempre deve ser medida para garantir que a qualidade não seja comprometida. Ferramentas Lean são desenvolvidas para melhorar a eficiência.
É evidente que sim! Os desafios para medir e melhorar podem ser maiores, mas organizações que possuem processos transacionais como hospitais, serviços financeiros, concessionárias de serviço público, empresas de TI entre outras têm aplicado Lean e Six Sigma em todo o mundo.
Figura 6 – Exemplos de processos não industriais onde são aplicados o Lean e o Six Sigma
Por exemplo, no Brasil o Hospital Israelita Albert Einstein tem aplicado a metodologia Lean Six Sigma desde 2008 e também possui um curso de pós-graduação em Excelência Operacional na área de saúde – Lean Six Sigma.
FILHO, M. P. Gestão da Produção industrial. Editora: Ibpex, 2016
HANSEN, M. Lean Six Sigma the StatStuff Way: A practical Reference Guide for Lean Six Sigma. Editora: Essentials Publishing, 2013.
LOBATO, D. M. et al. Estratégia de empresas. Rio de Janeiro: FGV, 1997.